quarta-feira, agosto 12, 2009

Diretor da ópera Romeu e Julieta se diz encantado com o Theatro da Paz

Ele observa atentamente cada detalhe da encenação, atento aos movimentos de atores, cantores e bailarinos. Com um caderno de anotações e olhar arguto, anota detalhes que, avalia, podem ficar como estão - ou, de repente, ser modificados. William Ferrara, diretor cênico da ópera "Romeu e Julieta", volta a Belém para dar sua privilegiada visão à apresentação que abre o III Festival Internacional de Ópera da Amazônia, na próxima sexta-feira, 14. O desafio é grande, especialmente quando se considera um espetáculo grandioso, que reúne mais de 140 artistas no palco.


A ópera "Romeu e Julieta", de Charles Gounod (1818-1893), foi encenada pela primeira vez em 1867, o ano em que foi escrita, no Teatro Lírico Imperial de Chatelet, em Paris. Em Belém, a primeira e única apresentação foi em 1906, por uma companhia francesa. Com libreto do poeta francês Jules Barbier e do libretista Michel Carré, a peça emocionou a plateia que viu sua estreia. "Era como um retorno da obra homônima já consagrada de Shakespeare", conta o norte-americano, que desfruta de uma reputação internacional como diretor e professor de cena para cantores profissionais.


Professor da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, William Ferrara já dirigiu mais de mil produções de peças, musicais, operetas e óperas em colégios e teatros regionais naquele país. Recebeu o título de mestre de Música em Direção de Ópera da Universidade de Indiana (EUA), em 1981, e continuou seus estudos com diretores das maiores casas de ópera do mundo. Foi nomeado diretor de ópera da Universidade de Oklahoma em 1995 e revitalizou a apresentação e o programa de aprendizado.


A Ópera da Universidade de Oklahoma vem ganhando reputação nacional por excelência em ensino e apresentação, atraindo estudantes de todo o país e do mundo. "Trabalho muito com jovens. Gosto de ensinar ópera e ver os talentos que surgem para manter essa arte viva", conta ele, que já encenou "Romeu e Julieta" nos Estados Unidos. "Essa é uma peça que me dá oportunidade de usar muitos elementos shakespeareanos", explica. "Muito da tragédia original está lá. É um tema que gosto de trabalhar", continua ele, que também já fez "West side story", a versão moderna da tragédia dos amantes de Shakespeare.


No Pará, o diretor elogia a equipe que faz o espetáculo ganhar vida. "Os cantores são muito talentosos e a equipe de apoio é formidável. E preciso fazer uma menção especial aos músicos da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, que, apesar de não ter a tradição musical que temos nos Estados Unidos, têm a dádiva do talento e da dedicação", destaca o diretor, que se diz encantado com o Theatro da Paz a cada vez que vem ao Pará. A arquitetura e a própria maneira como o palco foi criado, com uma inclinação específica, fazem dele o lugar ideal para se encenar óperas, diz.


"Essa é a minha terceira participação no Festival de Ópera da Amazônia e, novamente, é um prazer muito grande poder trabalhar nesse que, posso assegurar, é um dos melhores e mais bonitos teatros do mundo", reforça o diretor, com a autoridade de quem já se apresentou nas principais casas de ópera. "Para mim, essa é a vantagem de Belém sobre outras cidades do Brasil. O Theatro da Paz consegue reunir num mesmo lugar pessoas de todos os tipos e de várias culturas, do mundo inteiro. É um espaço que congrega expressões diversas, que devia ser celebrado e mantido com todo respeito e carinho", assevera.


Serviço - III Festival Internacional de Ópera da Amazônia. De 14 de agosto a 19 de setembro de 2009, no Theatro da Paz. Realização: Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult). Os ingressos já estão disponíveis na bilheteria do teatro. Ingressos para a ópera "Romeu e Julieta": R$ 30 (paraíso), R$ 40 (camarote de 2ª, galeria proscênio PE) e R$ 50 (plateia, varanda, frisa e camarote de 1ª). Para a ópera "La Cambiale di Matrimonio", os ingressos têm preço único de R$ 20. As demais apresentações terão entrada gratuita, com retirada de ingressos na bilheteria do Theatro da Paz, a partir das 9 horas do dia do espetáculo. Em todos os espetáculos aceita-se meia-entrada.

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